12 May 2006

Referendo: «Jovens pelo Sim»

O movimento «Jovens pelo Sim» no referendo de 11 de Fevereiro sobre a despenalização do aborto vai ser apresentado publicamente quarta-feira e tem como «público-alvo» os jovens que ainda não tinham idade para votar na consulta de 1998, noticia hoje a agência Lusa.
De acordo com um comunicado, a apresentação terá lugar na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa e o objectivo do movimento é «promover e contribuir para o debate, prestar esclarecimento e realizar campanha a favor da Interrupção Voluntária da Gravidez (IVG)».
O movimento «Jovens pelo Sim» diz contar com mandatários de «diversificados segmentos da sociedade portuguesa», entre eles artistas, desportistas, estudantes, investigadores, activistas de várias organizações do Movimento Social Português e membros de Juventudes partidárias.
Contactado pela Lusa, André Luz, um dos mandatários do movimento, recusou, contudo, antecipar quaisquer nomes, remetendo para quarta-feira a sua divulgação, bem como do manifesto do movimento.
«O que nos define é sermos um movimento perfeitamente transversal e termos como público-alvo os jovens, sobretudo aqueles que há oito anos não acompanharam o primeiro referendo», disse.
De acordo com André Luz, a maioria dos mandatários tem menos de 30 anos, e conta com elementos da Juventude Socialista, Juventude Social-Democrata, e jovens do BE e da UGT.
No comunicado sublinha-se que os mandatários têm ligações a organizações tão diferentes como a Acção para a Justiça e Paz, a ATTAC (Associação para a Taxação das Transacções Financeiras para Ajuda ao Cidadão), o Movimento Católico de Estudantes, Não Te Prives e a Rede Portuguesa de Jovens para a Igualdade de Oportunidades entre Mulheres e Homens.
A lei do referendo determina que podem fazer campanha partidos, coligações partidárias, directamente ou através de grupos de cidadãos, e os movimentos de cidadãos criados para o efeito.
Os grupos de cidadãos que queiram participar na campanha do referendos obre o aborto têm de recolher pelo menos 5.000 assinaturas e inscrever-se na Comissão Nacional de Eleições (CNE) até um mês antes da data da consulta.
Segundo as regras para constituir um movimento, consultáveis no site da CNE (www.cne.pt), é também necessária a escolha de 25 mandatários.